quarta-feira, 23 de junho de 2010

Uma história de amor?

Ana tinha 17 anos quando conheceu Luiz Felipe. Ele era lindo,mais velho. Ela gelou quando o viu pela primeira vez. E, por ter gelado, determinou sem saber que ele seria o cara. Ele seria o seu Mr. Big, como diria a Carrie.
Passou-se os dias e Ana tinha certeza que no meio de tanta gente, Luiz Felipe nunca notaria o seu olhar de menina,e, quando soube que ele tinha um relacionamento de alguns anos, chorou escondida no travesseiro. Mas, ela também começou a perceber que ele lhe dava alguns olhares e, no final de um dia de trabalho, ganhou um abraço tão verdadeiro, que ela então pode ter a certeza de que era correspondida.
Sim, ela era. Sim, ele terminou o relacionamento e ficou com ela. E sim, ela sofreu muito. Porque depois de algumas semanas, ele deprimido, avisou sem jeito de que talvez voltasse com a outra. E ela, depois de muito tentar não teve outra saída a não ser falar: vai! Ele foi, e ela se dilacerou, como uma menina de 17 anos.
Mas ele continuou presente e só sumiu de vez depois de alguns meses. Anos se passaram, ela entendeu, conheceu outros homens, mas, aquele gelo que ela sentiu quando o viu pela primeira vez, ela não conseguiu esquecer. Determinou que era ele, talvez.
E ele voltou. A procurou, insistiu! depois de anos ver o telefone tocar e ser ele. O que fazer? Ana já não tinha mais 17 anos, era mulher, tinha vida, tinha casa própria. Quem era Luiz Felipe agora? e então, ela aceitou. E ele...fez tudo de novo.Depois de um beijo e de algumas semanas, contou para ela do sofrimento que ele tinha por conta de outra mulher. Já não era mais aquela, era outra. E ela perguntou: o que vc quer de mim? e ele: um tempo! e ela: ok, vou sumir. e ele: eu não deixo.
Mas ele sumiu! e apareceu com outra.
Ana ficou com muita raiva, possuida. Se sentiu tão desprezada que aboliu aquele homem da vida dela. Mas, tal como Pedro, ela tinha que negar 3 vezes. Ou viver a história 3 vezes.
E ele voltou. A principio Ana queria uma noite, a noite que eles nunca tiveram por ela só ter 17 anos. A noite veio e com ela Luiz Felipe com um pacote de promessas. Com outro discurso, com outra energia. E ela que tava tão ferida por ele, resolveu espiar a nova proposta e, por que não, permitir ver quem era ele de fato. Com olhos de mulher.
E vieram as primeiras semanas. Tudo tão bom! mas, na sequencia, Ana começou a ficar insegura. Algo era tão familiar. Seria um medo do passado ou de fato estava acontecendo de novo? ela foi se permitindo, até que, em menos de dois meses ele sumiu de novo.
Não tem uma semana de sumiço, mas Ana sabe que foi novamente retirada da vida de Luiz Felipe. Ana sabe que ele a traz pra vida dele e a tira na mesma velocidade.
Ela já deveria saber. Mas, ela acredita que as pessoas mudam. E ela, ainda acreditava que aquele gelo que ela sentiu era um sinal. Destino? alguém já disse que vc deveria desconfiar do seu.
Luiz Felipe muito provavelmente vai aparecer com outra. Muito provavelmente vai procura-la em algum momento e se justificar.
Ana que está dilacerada e com um pote recheado de dor no peito sabe que quem tem que mudar este destino é ela. Que a escolha de continuar acreditando que aquele gelo sentido era qualquer sinal é dela. Que talvez as 3 vezes que perguntaram para Pedro sobre Jesus, foram 3 oportunidades de Pedro fazer diferente.
Ela tem muito medo. Ela tá triste. Mas, talvez ela tenha entendido que mesmo com muita dor, mesmo com a adolescente viva dentro dela, ela precise sim deixar Luiz Felipe em algum lugar lá atrás. Porque não interessa que ele assumiu tantas outras. O que interessa é ela. E ela ele nunca bancou, e dela ele descuidou, e pra ela ele nunca foi homem.
Ana ainda não sabe o que fazer. Ou sabe, mas tem medo. Mas, ela confia que a hora certa de tomar uma decisão vai chegar. Ela sabe que tem que crescer e, talvez, aprender que quem faz o destino dela é ela. E que isso sim é o livre arbitrio.
E definitivamente ...agora ela pensa: talvez seja melhor desconfiar das histórias de amor.
E eu? tô dando colo pra Ana...ela tá precisando.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Alice, padrões e outros bichos!

Faz tempo, muito tempo que eu não escrevo. Muita coisa acontecendo, e, de repente, aquilo que fazia tanto sentido, não faz mais.
Daqui menos de dois meses estarei embarcando para a viagem da minha vida e tô muito ansiosa para isso. Me sinto feliz e besta ao mesmo tempo: sou eu mesma que vou? Sim, sou eu. Mas, enquanto não embarco para o meu sonho concreto, tenho embarcado muito no meu mundo interior.
Vi Alice no País das Maravilhas e amei! Sou suspeita, porque, desde muito criança, sou apaixonada pela Alice. Me identifico com ela. A menina que tá em busca de si mesma. Ela entra na toca do coelho, o que é uma representação e tanto do inconsciente, e depois de passar por inúmeras figuras (o sábio, o maluco,o bem e o mal) ela enfrenta o grande monstro, o nosso monstro interno.
Fiquei pensando o quanto somos feitos de padrões. Eles são como massa corrida que ficam envolta do que realmente somos. Quanto mais massa corrida, mais grossa essa camada que nos separa...da gente mesmo!
Tenho observado os pensamentos que me sobressaltam do nada, diante de uma situação que parece que sempre se repete. Posso pensar que eu sou o imã que atrai este tipo de acontecimento, logo, não sou uma privilegiada. Mas, posso pensar que eu crio com os meus padrões estes acontecimentos. Em um sou recebedora, em outro caso agente.
Vago, esóterico, sei lá...é no que venho pensando.
No como fico correndo atrás da cenoura que está pendurada na minha testa.
Mas, é tão dificil mudar! é tão dificil quebrar certos padrões que demoraram anos para se estruturar! Como é dificil vc quebrar um modelo, quando não se tem outro para seguir. E vc virar seu próprio modelo, quando você não tem segurança suficiente para acreditar em vc!
Lendo meus diários antigos, descobri que em 2004 eu já havia sonhado com a minha viagem...que eu nem pensava em fazer! Tá tudo ai não?
Ah não sei...não sei como colocar aqui todo esse mundo que eu to revirando, mas, acho que é isso...entrando em outra fase...
Adorei a cena em que o Chapeleiro Maluco fala pra Alice: "Ou vc está muito pequena, ou muito grande". Tantas vezes me senti assim!
Talvez agora Chapeleiro eu esteja ficando do tamanho do mundo...nem tão pequena, nem tão grande...
E te digo uma coisa Chapeleiro: to subindo pro mundo real!