Eu nunca fui muito boa com este negócio de tecnologia. Apenas recentemente troquei meu celular sem chip por um de chip, e só percebi que eu era jurássica quando meu primo de 14 anos pediu para eu mostrar para ele o celular sem chip!
Por conta disso paquera na internet é algo que eu nunca cogitei na minha vida. Para não dizer nunca, uma vez, lá nos primordios do ICQ ou algo parecido, teclei com um rapaz do ABC Paulista. Mas, foi só uma vez, não tive paciência para continuar.
Não tenho nada contra, aliás, tenho amigas que estão namorando com pessoas que conheceram em bate papo, e outras que casaram com o amor virtual. E estão super felizes!
Estes tipos de relacionamentos que nascem do virtual não me intrigam. O que me intriga é aquela paquera que só fica no virtual e nunca sai dela, mesmo que você, alvo da paquera, mostre interesse em sair do teclado e ir para uma mesa de bar.
Com esta história de cutucada no facebook, sou cutucada todo dia por um americano. Esse eu conheci pessoalmente aqui em São Paulo, e sempre ele me cutuca. Até ai tudo bem, é uma forma de manter contato. Mas, de repente percebi que estava sendo cutucada por um outro cara e esse era nacional, tupiniquim e paulista!
Nunca vi o tal cutucador mais gordo na minha vida, mas, eis lá "Joãozinho te cutucou".
E o que fazer? cutucadas seriam o mesmo que "Oi, tudo bom?", sem saber, correspondi a cutucadinha.
E eis que surge na minha caixa de mensagens privada "Oi, suas fotos são lindas, cutuquei de novo".
Será a cutucada uma paquera?
Além desse um outro cidadão que chamarei de "Cyber" me adicionou. Não o conhecia, mas como era produtor, pensei que poderia ser contato.
Duas semanas depois o Cyber me chama no bate papo:
-Oi. Vc é casada? quantos anos vc tem? Vc é linda!
O "Cyber" me assutou e eu não respondi mais.
Até ai tudo bem. Nenhum dos 2 me interessaram, mas, e os que interessam e não saem da moita virtual? esses me intrigam.
O facebook, o orkut, o twitter, a mãe de santo dizem que ele está solteiro. Vc entra on line, nem dá tempo de atualizar a página e ele já te chama. Horas de conversa. E assim vai por semanas. E qdo vc diz "E ai? vamos tomar um café?" o cara te dá um perdido!
Opa, perai , eu não chamo para tomar o café sem o famoso gancho. O fulano fala "temos que nos ver fora daqui né?", "quando vamos tomar um café?", "ah vamos ver se a gente combina alguma coisa"...e ai quando vc decidi sair do teclado, o fulano marca e no dia...não aparece!
Mas aparece virtualmente depois. E começa tudo de novo!
Eu, modéstia a parte, estou com minha autoestima elevadissima virtualmente. Tenho vários paqueras virtuais, que entram e se declaram, deixam mensagens, elogiam. Todos interessantes. A maioria eu conheci pessoalmente, e foi neste contato que eu troquei o endereço virtual. Não, não fiquei com eles e depois deste primeiro contato nunca mais os vi pessoalmente.
Agora virtualmente...tem uns dois que falo diariamente.
E tem assunto viu!
Não sei se são realmente solteiros, casados ou enrolados. Chego a pensar que todos são compromissados. Mas ai, você pergunta pra amiga que apresentou os fulaninhos e ela garante "nãooooooo, tá solteiro sim" .
Então não sei. Não sei mesmo. Porque eu to bombando na web, mas na vida real, minha amiga tá dificil, muito dificil. Tão dificil que desenvolvi um amor platônico pelo Herculano Quintanilha do "ASTRO".
O que acontece com estes homens? Será que o medo os dominou? Será que a net virou uma moita virtual? Será que todos decidiram abraçar a expressão "não caga e não sai da moita"?
Olha não sei mesmo, não sei o que acontece, pra mim é quase que o segredo de Fátima, não dá para sequer analisar racionalmente estas questões.
A única coisa que eu sei é que quando dois querem dois fazem. Se esconder atrás de uma tela de computador é opção de cada um, eu não quero, quero alguém bem real.
Vou indo...vou deletar os cagões que não saem da moita!
Vou abrir espaço no meu chip para pessoas reais!
Ou como diz meu velho pai...no meu "chips"!
